A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta segunda-feira (14) uma estimativa preocupante para o comércio durante a Páscoa de 2025. Com o maior aumento no preço do chocolate em 13 anos, as vendas devem somar R$ 3,36 bilhões, representando uma queda de 1,4% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação.
O aumento médio de 18,9% no preço do chocolate é atribuído à valorização do cacau no mercado internacional e à desvalorização do real frente ao dólar, que passou de R$ 5 para R$ 5,80 em um ano. Além disso, outros itens tradicionais da celebração, como bacalhau e azeite de oliva, também registraram reajustes significativos, de 9,6% e 9,0%, respectivamente.
Segundo a CNC, o cenário econômico atual, marcado por pressões inflacionárias e volatilidade cambial, tem levado os consumidores a adotar uma postura mais cautelosa. “Embora o mercado de trabalho siga mostrando dinamismo no País, os altos preços tendem a conter o entusiasmo do consumidor. Com isso, a Páscoa de 2025 deve reafirmar um cenário de consumo mais cauteloso, ainda que os apelos emocional e tradicional da data mantenham seu peso no calendário do varejo nacional”, afirmou a entidade em nota.
Outro indicativo de desaquecimento nas vendas é a queda das importações de produtos típicos da Páscoa. Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que, em março, a entrada de chocolates importados recuou 17,6%, enquanto o bacalhau teve retração de 11,7% em volume.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que o varejo precisa rever suas estratégias diante do cenário macroeconômico incerto. “O momento atual força o setor a repensar seus planos em curto, médio e longo prazo”, afirmou.
Fonte: Redação
