Nesta segunda-feira (14), o peso argentino sofreu uma desvalorização de mais de 10%, enquanto o dólar atingiu 1.194,50 pesos, após o Banco Central da Argentina anunciar a flexibilização de seu controle cambial. A medida, que inclui a adoção de um sistema de câmbio flutuante dentro da faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, foi implementada como parte de um programa de ajuste macroeconômico em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A decisão ocorre em um momento crítico para a economia argentina, que busca estabilizar suas reservas cambiais e atrair novos investimentos. O acordo com o FMI, no valor de US$ 20 bilhões, inclui metas rigorosas, como a manutenção de um déficit fiscal zero e o fortalecimento das reservas internacionais. O primeiro desembolso, de US$ 12 bilhões, já foi liberado, com mais US$ 3 bilhões previstos até o final do ano.
Especialistas do mercado, como o Goldman Sachs, consideraram a medida um avanço significativo, superando expectativas e contribuindo para a sustentabilidade econômica de médio prazo. Além disso, o JP Morgan destacou que a demanda dos exportadores de grãos por pesos pode ajudar a estabilizar o câmbio oficial abaixo do paralelo, reduzindo a diferença cambial para cerca de 5%.
O presidente Javier Milei, que assumiu o cargo em 2023, tem implementado políticas de austeridade e disciplina fiscal para enfrentar a crise econômica. A flexibilização cambial é vista como um passo ousado para desbloquear o potencial econômico do país, que há décadas enfrenta desafios estruturais.
Apesar do otimismo de alguns setores, a desvalorização do peso e a volatilidade cambial continuam sendo preocupações para a população argentina, que enfrenta o impacto direto no custo de vida. A recuperação econômica dependerá de novos investimentos, especialmente nas áreas de energia e exportação de grãos, que são cruciais para o crescimento sustentável.
Fonte: Redação