Café atinge alta de 77% em 12 meses com custos de produção recorde

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Café — Foto pinterest
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O preço do café moído disparou 77,78% nos últimos 12 meses até março, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). A alta foi impulsionada por fatores como o aumento do preço internacional, a queda na oferta global e problemas climáticos enfrentados pelo Brasil e pelo Vietnã, dois dos maiores produtores mundiais de café.

Impactos climáticos na produção

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, enfrenta uma bienalidade negativa na safra de 2025, com uma queda de 5,8% na produção em relação à safra anterior. A variedade arábica, mais sensível ao clima, deve sofrer uma redução de 10,6%, totalizando 35,8 milhões de sacas de 60 kg. Problemas como calor extremo e seca em 2024 prejudicaram as lavouras, levando os produtores a adotar técnicas como a poda drástica para recuperar as plantas.

No Vietnã, maior produtor de café robusta, a quebra de safra também contribuiu para a elevação dos preços. Em setembro de 2024, pela primeira vez em sete anos, o preço do robusta superou o do arábica, refletindo os desafios enfrentados pelos produtores.

Consumo e logística

Apesar do aumento nos preços, o consumo de café continua crescendo, tanto no Brasil quanto no exterior. A China, por exemplo, tornou-se um mercado emergente para o café brasileiro, subindo da 20ª para a 6ª posição no ranking de importadores desde 2023. No entanto, a logística internacional foi impactada por conflitos no Oriente Médio, que encareceram o transporte e congestionaram o aluguel de contêineres, elevando ainda mais os custos.

Perspectivas para o futuro

Especialistas apontam que o preço do café deve permanecer elevado ao longo de 2025, com uma possível redução apenas após a colheita da safra atual, prevista para setembro. A expectativa de uma safra recorde em 2026, caso o clima se mantenha estável, pode trazer alívio aos consumidores. Além disso, o setor tem investido em novas embalagens e estratégias para oferecer maior variedade de preços.

Fonte: Redação

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