Em um movimento de retaliação às tarifas de 145% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, o governo da China ordenou que suas companhias aéreas suspendam a entrega de novos jatos da fabricante americana Boeing. A decisão, divulgada nesta terça-feira (15), também inclui a suspensão de compras de peças e equipamentos de aeronaves de empresas americanas, o que pode elevar os custos de manutenção das frotas no país.
A medida afeta diretamente as três maiores companhias aéreas chinesas — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — que tinham planos de receber dezenas de aeronaves da Boeing até 2027. A interrupção representa mais um golpe para a fabricante americana, que já enfrenta desafios financeiros e de reputação após incidentes recentes, como a explosão de uma porta de aeronave no ano passado.
Além disso, o governo chinês estuda formas de apoiar as companhias aéreas que alugam jatos da Boeing, ajudando-as a lidar com os custos adicionais gerados pelas tarifas. A rival europeia Airbus e a fabricante doméstica COMAC são vistas como alternativas viáveis para o mercado chinês, que é um dos maiores consumidores de aeronaves no mundo.
A escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta ameaça paralisar o comércio bilateral, avaliado em mais de US$ 650 bilhões em 2024. Analistas alertam que as tarifas retaliatórias podem ter impactos profundos na economia global, especialmente no setor de aviação.
Fonte: Redação