IPCA registra alta de 0,56% em março, com alimentos liderando pressão inflacionária

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Foto - SAULO-ANGELOTHENEWS2ESTADAO
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,56% em março, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, embora represente desaceleração frente ao 1,31% de fevereiro, mantém a inflação anual em 5,48%, acima do limite superior da meta do Banco Central (4,5%).

Principais destaques do índice

  • Alimentação e bebidas: maior impacto (0,25 p.p.), com alta de 1,17%
  • Transportes: contribuição de 0,46%, influenciada por passagens aéreas (+6,91%)
  • Despesas pessoais: aumento de 0,70%, impulsionado por cinema/teatro (+7,76%)
  • Energia elétrica: desaceleração significativa (0,12% em março contra 16,80% em fevereiro)

Itens com maiores variações

Alimentos:

  • Tomate: +22,55%
  • Ovos: +13,13%
  • Café moído: +8,14%

Outros grupos:

  • Passagens aéreas: +6,91%
  • Cinema/teatro: +7,76%

Quedas relevantes:

  • Óleo de soja: -1,99%
  • Arroz: -1,81%
  • Carnes: -1,60%

Análise dos resultados

O IBGE atribui parte expressiva da alta nos alimentos a fatores climáticos, como:

  • Seca que prejudicou lavouras de café
  • Calor excessivo acelerando maturação do tomate

No caso dos ovos, a combinação entre aumento do custo da ração (milho) e maior demanda na Quaresma explica parte da alta de 13,13%.

Contexto macroeconômico

  • Inflação acumulada em 12 meses: 5,48%
  • Meta do BC para 2025: 3% (intervalo de 1,5% a 4,5%)
  • INPC (índice do salário mínimo): 0,51% em março

Perspectivas

Especialistas projetam que o Banco Central deverá:

  1. Manter taxa Selic elevada
  2. Monitorar especialmente o comportamento dos preços de alimentos
  3. Avaliar impacto sazonal nos próximos meses

Declaração do IBGE:
“O aumento nos preços do café e tomate reflete impactos climáticos, como a seca nas lavouras e o excesso de calor” – José Fernando Pereira, gerente da pesquisa do IPCA/IBGE.

Fontes: IBGE, Banco Central do Brasil

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