O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) barrou a indicação do deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil-CE) como possível substituto de Juscelino Filho no comando do Ministério das Comunicações. A decisão foi tomada após vir à tona que o parlamentar assinou o pedido de urgência para a tramitação do projeto de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Moses chegou a ser cogitado como uma alternativa viável dentro do União Brasil para evitar uma disputa interna pela pasta. No entanto, a sua assinatura em apoio à proposta da anistia foi suficiente para Lula vetar a sugestão, segundo apuração da CNN Brasil.
Com o veto, as atenções agora se voltam para o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), atual líder do partido na Câmara, que desponta como favorito para assumir o ministério. A expectativa é de que a nomeação ocorra após o feriado da Páscoa.
Apesar disso, o cenário segue indefinido. Pedro Lucas ainda não deu uma resposta definitiva ao Planalto, alegando que precisa resolver questões pessoais e partidárias ligadas à liderança da bancada na Câmara. A declaração surpreendeu Lula, que, segundo fontes, considerou “corajosa” a postura do parlamentar diante da proposta do governo.
A situação também expõe um certo descompasso entre membros do governo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), foi criticada por aliados por ter se precipitado ao anunciar Pedro Lucas como novo ministro. Ela afirma, no entanto, que o anúncio foi previamente alinhado com Lula, em reuniões reservadas.
Enquanto o União Brasil tenta se organizar internamente, o retorno de Juscelino Filho ao ministério também não está descartado. O ex-ministro conta com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas enfrenta resistência de outros setores do governo e da base aliada.
Fonte: Redação