O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, destacou nesta quarta-feira (16) que as tarifas impostas pelo governo Trump atingiram níveis superiores ao esperado, mesmo em cenários mais extremos projetados por analistas. Durante um evento no Economic Club, em Chicago, Powell afirmou que essas tarifas podem complicar os esforços do banco central para controlar a inflação e maximizar o emprego, objetivos centrais do mandato dual do Fed.
Powell explicou que as tarifas, que variam de 7,5% a 245% dependendo do produto, têm potencial de elevar os preços ao consumidor e desacelerar o crescimento econômico. Ele ressaltou que, apesar das incertezas, a economia dos Estados Unidos permanece sólida, embora os dados do primeiro trimestre indiquem uma desaceleração em relação ao ano anterior.
A guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, intensificada desde abril, é um dos principais fatores de preocupação. Após a imposição de tarifas recíprocas de até 50% por parte dos EUA, a China retaliou com taxas adicionais de 34% sobre produtos americanos. A escalada resultou em tarifas de até 145% sobre produtos chineses e 125% sobre itens americanos. Recentemente, o governo Trump anunciou novas tarifas de 245% como resposta a ações retaliatórias da China, incluindo medidas específicas para abordar a crise do fentanil.
Powell também indicou que o Fed poderá manter a taxa básica de juros estável na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de maio, enquanto aguarda maior clareza sobre os impactos das tarifas. Ele afirmou que o banco central está monitorando se a inflação será temporária ou persistente, além de avaliar possíveis mudanças nas tarifas.
A guerra tarifária tem gerado preocupações entre economistas e empresários, que temem impactos negativos no consumo e na atividade econômica. Apesar disso, Powell reforçou que o Fed continuará a agir com cautela para garantir a estabilidade econômica.
Fonte: Redação